LIVRO "A Menina do Parque"
O livro "A Menina do Parque" é um projeto pessoal de Gabriela Rodrigues Pinheiro, com apoio de seu esposo. Trata-se do testemunho de vida completo da jovem, onde conta desde sua infância e adolescência numa família espírita e financeiramente estável de classe média de São Paulo, seu desenvovimento na vida profissional e pessoal, ascensão na carreira jurídica até o momento em que conheceu Jesus e resolveu deixar tudo para trás em prol da pregação do Evangelho Eterno.
Os objetivos da publicação deste livro são: 1) Mostrar às pessoas como Deus pode resgatar e transformar vidas; 2) Manter o Ministério I.P.E!, pois toda a renda será revertida para o envio e manutenção dos estudantes.
No momento a primeira edição está esgotada. Em poucos meses foram vendidas as 2000 cópias que foram impressas! Com o dinheiro do reinvestimento a autora publicou o seu segundo livro SOB O SOL AFRICANO. Estamos quase conseguindo o valor para publicar a segunda edição do Menina do Parque. Se você ficou curioso para conhecer essa emocionante história de milagres e deseja ajudar com a doação de R$30,00, clique no link abaixo e faça parte desse sonho!
Segue a Introdução para degustação ;) :
Sou Gabriela, nascida em 14/10/1986 na cidade de São Paulo, local onde passei a maior parte da minha vida. Venho de uma família de classe média. Fui filha única durante 8 anos. Tive todos os mimos que uma menina poderia ter. Meus pais sempre trabalharam fora, então ao longo de minha infância e adolescência na maioria do tempo estava na companhia de alguma empregada ou alguma tia (quando a empregada pedia as contas e ía embora).
Muitas vezes eu sentia falta dos meus pais, mas era convencida de que eles precisavam sair para trabalhar para que eu pudesse ter as coisas. E realmente eu tinha muita coisa. A pilha de bonecas e brinquedos era interminável. Um quarto só para mim. Presentes fora de época. Em cada um dos meus aniversários eu tinha uma festa temática do personagem do Walt Disney que estava na moda. De certa forma, todas essas coisas compensavam o fato de meus pais não estarem comigo.
Mas eu invejava as crianças cujos pais iam buscá-las na escola. Quando por alguma razão extraordinária minha mãe faltava ao trabalho e ía me buscar ou levar a escola, aquilo era o evento da semana!
O tempo foi passando e eu cresci. Ganhei um irmão. Entretanto, nunca tive de dividir nada com ele, pois nessa altura meus pais já haviam conseguido postos de trabalho, cujo salário não impunha que precisássemos dividir as coisas. Cada um tinha o seu próprio quarto, a sua própria televisão, seu próprio computador, etc. Por um lado isso era muito bom, mas somente depois vim entender o quanto isso serviu para desenvolver em nós o egoísmo.
Estudava num colégio particular de denominação católica. Minha família se dizia católica, porém nada atuante. Íamos à igreja praticamente quando havia casamentos e missas de sétimo dia. Na escola, nós tínhamos aulas de religião toda semana, mas eu não entendia o propósito daquilo tudo. Na verdade a maioria dos alunos via aquela aula como uma aula vaga, momento de relaxamento, mesmo porque essa matéria não reprovava. E como eu não tinha uma rotina religiosa em família, para mim tudo aquilo eram apenas histórias bonitas.
Desde pequena frequentei templos espíritas. Boa parte da família de minha mãe mexia com a umbanda, inclusive até hoje minha madrinha de batismo faz parte da "corrente". Então para mim esse negócio de estar no meio de pessoas "possuídas" sempre foi muito normal. Toda aquela cantoria com atabaques, rezas, invocação, passes em algumas fases da vida chegou a ser uma rotina semanal.
E assim cheguei na adolescência. Meu único dever era estudar e o cumpria muito bem. Sempre tive um excelente desempenho. Era uma menina popular na escola. Tinha o meu grupo seleto de amigas, mas também haviam garotas que me odiavam. Era um clima muito hostil de competição mesclado de imaturidade e futilidades.
O colégio acabou e logo com 18 anos entrei na faculdade de Direito Professor Damásio de Jesus. A minha maior ambição era ter fama, dinheiro e poder. Ter a minha completa independência e nunca depender de homem principalmente. Era esse o exemplo que tinha em casa. Se no colégio eu já estudava, na faculdade então eu dobrei o esforço. Acordava todos os dias as 5 horas da manhã para estudar meu caderno e ficava até as 7. Tomava café da manhã e ía para a faculdade. A aula começava as 8:15h. Essa minha rotina era sagrada. Tanto é que na hora de fazer as provas eu praticamente já havia decorado todo o caderno e só reproduzia o conteúdo. Resultado: notas altíssimas.
Nunca fui chegada a bebidas alcoólicas nem drogas. Na faculdade, dentro daquela minha neurose repudiava com ainda mais intensidade essas coisas, por medo de ficar burra ou estar de ressaca e não conseguir estudar no dia seguinte. Era até um pouco antissocial!
De qualquer forma, esse empenho todo começou a gerar frutos. No segundo semestre fui convidada por um professor que era Procurador da República a trabalhar no gabinete dele no Ministério Público Federal de São Paulo, na área criminal. De pronto aceitei. Foi o meu primeiro estágio (não era remunerado, mas foi incrível). Fiquei lá por 9 meses e então fui convidada por um Procurador do Município, que à época era diretor da faculdade, a trabalhar na área acadêmica auxiliando na formatação de provas. Oito meses depois, sempre no desejo de aprender algo novo, por meio de um professor consegui um estágio no Ministério Público Estadual na área do Tribunal do Juri, também voluntário. Após, fui para a área de família, ainda dentro do Ministério Público. Então prestei um concurso de estágio para a Defensoria Pública de São Paulo e passei em 13º lugar. Ali foi onde me apaixonei de verdade pelo Direito.
Naquele ponto eu já estava no quarto ano da faculdade e aquela ilusão de início de curso já havia se dissipado bastante. Eu ainda tinha o desejo do status e do dinheiro, mesmo porque o ambiente acadêmico estimula muito isso. Mas ao mesmo tempo a questão sobre a relevância social do meu trabalho e o impacto que ele poderia gerar na vida das pessoas começou a ser o pano de fundo das minhas preocupações. Eu sempre lutava com o senso de utilidade. E me questionava: "Isso que eu estou fazendo realmente está mudando a vida de alguém para melhor?", "Qual tem sido a minha contribuição para a sociedade com isso que estou fazendo?", "Está havendo algum transformação social, ou eu estou aqui perdendo meu tempo enriquecendo alguns poucos?". Enfim, eram perguntas que começavam a me incomodar.
Trabalhando na Defensoria Pública foi onde eu encontrei a maior satisfação na área profissional. A estrutura era precária. Pessoas paupérrimas. Caos. Contudo, ali o meu senso de utilidade foi lá em cima! O fato de poder estar cara a cara com a pessoa, conversar, ouvi-la e tentar solucionar seu problema, aquilo me deixava exultante. Foram dois anos muito especiais.
Na metade do quarto ano comecei a fazer cursinho para a OAB. No início do quinto ano comecei a estudar religiosamente as apostilas. Fazia chuva, fazia sol, poderia cair o mundo, se eu não cumprisse a minha meta de páginas diárias eu não ia dormir. Foram oito meses assim. Em agosto fiz a prova e passei com folga para a segunda fase. Em outubro fiz a segunda fase e um mês depois veio a aprovação. Na data da formatura já estava com a carteira na mão.
CAPÍTULO 1: E a vida vai só melhorando...